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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

As crônicas do meu pai - Controlando pragas

Antônio, que era jagunço, foi ao médico. o interior em que morava não era lá grande coisa. o médico cuidava da saúde humana e dos animais e também dava dicas de plantio e colheita. antônio não estava doente, pelo menos ainda não. ficaria se as formigas continuassem a destruir a pequena horta que tinha no quintal de casa. Mariano, o doutor, era formado no exterior, mas havia sido criado com Antônio, então era amigo pessoal - além de entender sobre controle de pragas. Mariano estudara anatomia e fizera muitas pesquisas biológicas na faculdade de medicina também, mas nunca esquecera dos ensinamentos de sua vó, puro conhecimento popular.

então o que poderia ser feito, mediante tal estragos? perguntava Antônio a si mesmo e ao amigo. então eis que veio a solução. Antônio nunca estudou, então mesmo que desconfiado, foi para casa e fez o que foi mandado.

traçou o caminho das formigas, viu o horario em que elas passavam. pegou um ponto em que elas passassem e colocou um pequeno rastro de tabaco, comum na região, e no final do rastro, uma pedra. deixou lá durante uma semana, e mesmo curioso não foi averiguar a situação antes do prazo estipulado. sete dias se passaram e ele encontrou novamente com o seu amigo de infância na rua. após muito conversarem, surgiu no diálogo a pergunta que não queria calar: e aí? deu certo? e por incrível que pareça, tinha dado. Antônio continuava sem acreditar, mas tinha dado certo. sem se conter com tantas questões, perguntou como aquilo funcionava e eis a explicação:

as formigas trabalham em fila pelos rastros delas. seguindo caminho a frente, a medida que passassem pelo rastro de tabaco, devido a seu grande sentido olfativo, elas iriam cheirá-lo e isso ia fazer com elas espirrassem batendo a cabeça com força contra a pedra que havia no meio do caminho.

essa história é verdadeira. diz o meu pai.

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