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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Ao apagar das luzes

mesmo depois de todo o esforço que o céu fez para que o acaso apagasse todas as luzes, para ser feita sua presença, foi despercebida a beleza. por mais um dia foi desperdiçado tanta grandeza e tantas estrelas. eu estava sentado e assim que a cidade se apagou, corri para o lado de fora e me sentei, tentando apreciar cada pedaço que pudesse ver no mar de constelações. me comparei frente a tal esplendor, que insignificância essa a minha. me coloquei no meu lugar de admirador e passei o resto da noite assim. pesquei algumas estrelas cadentes e improvisei alguns pedidos , ainda na esperança, arrecadada na infância, de vê-los realizados. e se o céu as visse e colecionasse milhares dela, só faria um pedido: mais valor. mais valor a toda essa maravilha que temos bem em cima dos nossos narizes. lutamos tanto cada vez mais por mais energia, e nos esquecemos que quando as luzes se apagam o espetáculo começa. e nem as nuvens estragam o show. o céu fica todo cinza com alguns tons de melancolia, o que é uma beleza ímpar para quem sabe mesmo admirar. o céu é tão grandioso e tão independente, e mesmo assim, com toda nossa insignificância, só olhamos para cima quando é para dizer: Deus nos acuda.

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