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quarta-feira, 5 de maio de 2010

O som do silêncio

Bom aluno que sou, aplicado nas matérias cabidas a mim na faculdade e empenhado nas aulas (quando eu as frequento), estava escutando o meu professor lecionar sobre ritmo, colcheias, semibreves, pausas e ao mesmo tempo fazendo da sala de aula um enorme coro.

Não pretendo relatar essa chatice toda porque vocês não merecem. Então continuem a ler o texto, porque a chatice ficou somente para o parágrafo acima.

No meio de contratempos e exercicios ritmicos, o professor fez uma observação memorável, que assim que assimilada pelos meus neurônios, ficaram em alguma parte do cerébro responsável por pensar por muito tempo em qualquer coisa sem sentido. Enfim, lá se foram as duas aulas seguintes pensando na mesma coisa.

"Vocês tem que ter na cabeça todos os sons, mas ouvir também o toque do silêncio das pausas."

Se ele não fosse professor de música da faculdade, com certeza ele seria poeta, mas isso não vem ao caso. Uma vez alojada num compartimento do meu cérebro, a mensagem foi tomando vários significados e aplicações em várias situações, de como por exemplo, deveríamos ser todos atentos a muitas coisas que não estão à primeira vista, desconfiar de algo que parece certo, saber que as coisas mais simples estão nos lugares mais simples ou até entender que as vezes um silêncio diz tudo.

A escritura na pauta não é só feita de toques e notas, também é composta por essas tais pausas que indicam silêncio. Então quer dizer que na composição da melodia de uma música, o silêncio tem um papel muito importante. As vezes a solidão nos diz muita coisa né? É interessante como no silêncio podemos refletir e acharmos respostas. Muitos gostam de festas e lugares barulhentos cheio de pessoas, mas ninguém nega o conforto de um lugar tranquilo e sossegado, onde o silêncio é a melhor melodia aos nossos ouvidos.

Creio que até agora aquela parte do meu cérebro ainda não parou de funcionar, então devo dar um descanso a ela, afinal, até o ócio cansa.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

A filosofia e a vida

A ideia surgiu quando estava conversando com um conhecido e ele me corrigiu quando falei, com toda a minha humilde ignorância, sobre filosofar. Ele me disse que, diferente do que eu pensava, precisamos essencialmente do nosso senso crítico e dos nossos próprios questionamentos para começar a prática da filosofia. Não que isso seja tão fácil quanto parece, nem tô dizendo que é só apenas sair por aí filosofando.

Cheguei a ler algumas coisas aqui na internet que dessem créditos e suportassem alguns argumentos meus, formulei uma teorias, ouvi outras, enfim. Estamos em contínua busca por felicidade, paz e satisfações, estamos sempre caminhando em pro de um avanço. Questionamos sobre a razão pela qual as coisas acontecem ou deixam de acontecer, nos indagamos sobre coisas que devemos fazer ou deixar de fazer, colocamos nosso próprio espírito e nossos valores em questão, no intuito de que possamos entender a nós mesmos, para que possamos entender o que nos cerca.

Andamos pelo caminho nos perguntando onde é o fim, talvez o próprio caminho já seja o nosso fim, nossa meta. A cada vez que vamos avançando por essa estrada estamos chegando próximos das consistências no nosso caráter, da aceitação das diferenças, da vida vivida plenamente e, o mais importante, estamos nos aproximando do grande sentimento chamado amor.

Pense se no mundo todos vivessem à sombra do amor, se todos caminhassemos na mesma estrada, onde o inicio e o fim se confundem e ao mesmo tempo não importasse onde fossemos chegar, onde o ciclo da vida só seria amar e sermos amados.

Filosofando, falando besteira, pensando em qualquer outra coisa, amando, cantando, compondo, sorrindo, dormindo, estudando ou apenas vivendo, eu vou seguir esse caminho que não sei onde vai dar, e quando eu achar que cheguei em algum lugar e notar que não saí do lugar, vou estar contente por ter as pessoas que amo ao meu lado.

domingo, 2 de maio de 2010

Carta à Madrugada

Madrugada,

Tem gente que não vê a melhor parte de você e acabam perdendo todas essas suas horas inspiradoras. Tem alguns que te vivem intensamente, e acham até que vivem não só suas tais horas de um jeito efémero, mas a vida inteira assim. Outros preferem fazer da sua obra-prima, a insônia, companheira dos livros e da televisão.

Eu, antes de qualquer outra coisa, venho através desta me declarar. Dizer que eu conto as horas para te ver, para estar em você. E o resto do dia não tem graça, acabo dormindo e passando pelos momentos que intercalam com suas indas e vindas.

Silêncio

Quando você vem, meu violão desenha as minhas melhores canções, as cores cantam toda a beleza visual, o meu estado de espírito é outro. Eu te espero de barriga vazia, te espero com um sorriso na cara, e quando eu ouço que ninguém fala nada, e falo tudo que ninguém ouve, é a hora! E como se não bastasse a lua iluminar, especialmente a cheia de hoje, ela te acompanha e te da uma beleza ímpar!

Apesar de todo o espetáculo do nascer do Sol, todos os agradecimentos que faço a Deus e a alegria que sinto por mais um dia nesse mundo, eu choro por saber que você já esta indo embora, e ai tudo volta a ser como era antes.

Barulho

E mais uma vez você se foi, mas sei que vai voltar, estarei no mesmo lugar para te dedicar toda a minha alegria em poder estar com você, que nunca me abandona. Não importa a tristeza, você sempre vem! Por mais que eu tenha aprontado alguma, caído no sono no meio do sofá, enchido a cara, e você, chateada, faça com que suas horas passem ligeiras, você sempre volta!