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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Vamos bater um papo

estamos conversando e sua opinião é diferente da minha. o que faremos agora? você me olha desconfiado, eu te olho meio de lado. você aí, eu aqui. suas palavras soam como desafios, suas perguntas vem afiadas. minhas palavras são retranqueiras, minhas respostas são rápidas e menos ofensivas. a discussão continua. não estou com raiva de você, nem você está com raiva de mim. é apenas uma conversa com duas verdades. uma pra mim e uma pra você. é como se eu visse uma parede verde e você viesse me dizer que a mesma parede que vejo tem a cor diferente da que reconheço, você diz ser azul. eu vejo verde e você vê azul, a mesma parede, a mesma cor e duas verdades.

várias hipóteses sobre as proporções e dimensões dessa nossa prosa. você pode ter sido criado e educado de uma forma diferente da minha, onde valores são os mesmos, mas o que pensamos dele são coisas diferentes. a cor verde na sua família é chamada de azul, ou na minha família o azul foi apelidado de verde, por pirraça ou por ignorância, seja lá o que tenha sido.

vai ver minha vó ou o seu avô eram dautônicos, e aí o gene recessivo manifestou-se e interferiu em nossos argumentos. conturbaram e causaram toda essa confusão. você bate o pé e eu finco bandeira sob aquele território. sei que não sou louco, apesar do pouco de lucidez que me resta, sei que ela ainda está presente, então não vou no final dizer que tudo bem, aquela porra daquela parede verde é azul mesmo. sei o que estou vendo.

e se estivermos nós dois errados e em qualquer canto do universo, a cor que está estampada na parede é simplesmente vermelha e não tem nada a ver com verde ou azul. estaríamos a beira da falência moral de nossa própria pré-potência e mesmo assim se depois de tudo víssemos que a parede não era da cor que estávamos vendo, íriamos dizer um 'que se foda', voltar a beber e esperar outro assunto intrigante...







PS: cores e paredes nunca foram meu forte, são apenas uma 'analogia'

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