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sábado, 4 de junho de 2011

Simpatia

ah! quanto amor guardo dentro de mim. quanto zelo, quanto apreço, quanto amor! se você ao menos soubesse o quanto penso em você, o quanto sonho com nós dois. ah! se você desconfiasse... se eu apenas corresse o risco de ter um sentimento assim correspondido, se eu corresse o risco de que você gostasse tanto assim de mim. se conseguissem ver a minha alma através de meus olhos, desconfiariam de que eu seria o grande amor de sua vida, e que poderíamos ser o casal mais feliz e apaixonado do mundo. se pudessem assistir aos meus sonhos, saberiam que em algum lugar desse universo, em alguma realidade paralela ou em algum lugar perdido no espaço, nós já somos completamente felizes, dedicados um ao outro.

o desespero tomou conta de mim. somos próximos e cuidamos tão bem um do outro, sei que não podemos abrir mão de uma amizade tão bonita, e nem precisamos fazer isso. podemos ser melhores que isso, podemos ter o melhor de nós dois. então fiz algo. o mundo não poderia perder um amor desse tamanho. você precisava me ver da forma correta, me ver além de conversas amigáveis, conselhos e ombros-amigo. encostei-me ao pé do seu ouvido e recitei palavras há muito tempo recitadas por outras línguas igualmente desesperadas.


"Tamanho amor que trago em mim constante, por esse coração que vos fala. Então agora seja meu e veja adiante, seremos um só e nada nesse mundo nos separa."

sólido, firme, elo, simpatia. após as palavras balbuciadas um clima estranho instalou-se entre os dois. ele desnorteado e ela ansiosa com o resultado de tudo aquilo. apressou os passos, desculpou-se e deu as costas. da parte dela não vieram lágrimas e sim uma promessa: desistiria de tudo, desistiria da conquista. foi deitar-se com sua consciência. decidiu que sonharia com aquele amor pela última vez. o telefone tocou.

as palavras que vinham do outro lado da linha vieram de forma confusa e afoita. desculpou-se e tentou repetir o que tentava falar, mas sem gaguejar dessa vez. outra tentativa frustrada. então resumiu. "eu sempre te amei, todos já perceberam, menos você." seu coração palpitou e sua consciência mais confusa ainda ficou. não sabia se estava lúcida ou não. era um sonho ou era verdade? será que ela tinha enfartado enquanto dormia e agora estava em uma espécie de outra vida ou outro plano paralelo? o que estava acontecendo ali? a simpatia que sua tia te ensinara, havia fucionado ou apenas aquelas palavras despertaram o que já havia de ser dito?

Um comentário:

  1. Vc inspirou em alguma historia veridica pra escrever esse texto? kkk Caramba! Me identifiquei muito..

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