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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Articulado, suingado e bêbado

era noite. ele estava de um lado e ela exatamente do outro. ele estava usando sua camisa favorita e uma calça que até era arrumada, em comparação aos seus padrões de vestimenta. ela usava um vestido simples e estampado, não muito curto e nem muito longo, tinha a pele bronzeada e os cabelos encaracolados. ele conversava com seus amigos sobre futebol e música enquanto tornavam copos e copos de cerveja e ela conversava coisas como política e valores morais. eles já se conheciam, não sei de onde, de outras vidas ou de outros planos, ou se foi somente a cantada que ele estava usando quando eles se esbarraram na porta do bar. realmente, foi a impressão que ficou. eles se deram tão bem e conversaram por tanto tempo que parecia mesmo que eles já se conheciam. ele falava bem demais para o jeito que se vestia e pela barba que acrescentava-se àquele visual. ela falava devagar, pausadamente e com um ritmo impressionante, suas palavras pareciam trovas ou repentes, mas se vc voltasse a prestar atenção somente aos lábios dela, você se devolveria a realidade e perceberia que ali era só uma conversa. se deram muito bem, mas deixaram o destino resolver o futuro deles. ela saiu por um lado, ele ficou por ali mesmo, e a noite continuou sendo noite.

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