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domingo, 3 de outubro de 2010

Inocente

na busca incessante em busca das razões da vida, em busca de respostas, não das corretas, mas sim das que nos convém acreditar e que nos conforta, estamos sempre passando por fases diferentes e sempre nos questionando. muitos acreditam que são o que são, essencialmente, o mesmo desde que nasceram - "esse é o meu jeito de ser". e eu nasci com medo. tive medo de várias coisas durante a infância, tive medo de outras menos irrelevantes na pré-adolescência e hoje tenho medo de coisas i(ni)magináveis. aí que está... eu preferia milhões de vezes ter medo de lagartixa e barata como eu tinha aos 5 anos de idade do que ter medo do escuro que tenho hoje. não do apagar das luzes ou da escuridão da noite, tenho medo quando sou eu que estou no escuro, tenho medo quando é em mim que tudo se apaga, e aí já não sou mais eu. tenho medo de mim mesmo, tenho medo dos pensamentos que tento controlar na minha cabeça e da minha cabeça quando não consegue mais controlar os pensamentos.

sempre estou questionando e escrevendo sobre o que somos e a relação com o caráter, crenças e o 'fazer', tomar decisões na vida. se um dia alguém tomasse as rédeas por você? você não precisasse mais trabalhar ou se divertir, escolher o que comer ou o que vestir, escolhas dificeis já não seriam mais problemas, na hora do aperto alguém agiria por você. e aí quem você seria? apenas um corpo vazio passível de manipulação. será que você já é esse alguém? será que seus estímulos nervosos partem do seu próprio cérebro ou parte da interferência externa?

estou sempre tentando ser eu mesmo. sempre tentando deixar de lado as coisas que devem ser feitas aos olhos dos outros, e sempre tentando fazer aquilo que eu tenho vontade. impulsiva e inconsequentemente as coisas tomam tamanhas proporções e eu sou culpado por tudo que faço, mas é isso que me faz ser quem eu sou, que me faz ser quem eu quero ser, não é o sentimento que tenho, não é assim que me sinto quando vou dormir. a unica coisa que penso ao me deitar é de sensação cumprida por mais um dia. se tenho medo de mim mesmo é porque me conheço, e mesmo assim me orgulho de ser tudo o que sou, e aí me sinto inocente de tudo.

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