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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

não é por acaso

então ela desmoronou. as circunstâncias não tomaram conhecimento de sua grandiosa majestade. formosa e caprichosa, a linha do tempo foi subestimada e desmontada em vários pedaços que se perderam e até se confundiram. a situação que amansou a fera e transcedeu a credibilidade da realidade era única. coincidência nunca existiu, aparências sim, mas não é o caso. elas não se pareciam. elas eram idênticas. o que é de se esperar quando se tratam de mãe e filha, mas nada no universo era tão assustador quanto essa preciosa semelhança.

o universo e seus acontecimentos, que aleatorios se cruzam e colidem como meteoros que invadem atmosferas mil, falecendo em um brilho único. único como a sensação que me vinha aos olhos, toda vez que as estrelas dos meus globos oculares colidiam o seu rosto minuciosamente perfeito. tão linda, tão valiosa, tão igual. dois cometas que entraram na minha atmosfera. o primeiro há mais de 30 anos atrás. e outro agora. mas esse não passou e espalhou cores no céu; ele veio de encontro a superfície, sem pena. o universo desviou aquele astro de outras galaxias distantes e arremessou direto em minha direção.

não conseguia suportar a dor da morte. não conseguia sustentar em minhas costas, dores tão profundas. e aquele pequeno suspiro de vida não me deixava respirar como antes, fazendo com que meu peito apertasse e torcesse de um lado para outro, me fazendo suplicar para não me afogar em meu próprio lamento. choro a saudade e choro a dor que aquele rosto me traz. talvez os astros maiores tenham conspirado e a trazido de volta para me atormentar. enquanto uma estrela apagava-se, a outra acabava de nascer. como se todo o brilho se transferisse de uma pra outra, e nessa confusão, o brilho das estrelas em meus olhos se perdeu em algum lugar.

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