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segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A quantas anda a humanidade

começo hoje diferente da minha rotina de aspirante a escritor. sempre me vem a cabeça o desenrolar do texto, com o atropelamento das sucessivas ideias que vem sem parar, sobre um assunto que quero falar e depois penso num título que me deixe satisfeito, não um ótimo título, apenas um que chame a minha própria atenção, penso em um título e penso em seguida se alguém leria um texto assim.

coloquei no google e vi que existem mil artigos e crônicas com o mesmo nome, então antes que pensem que é uma tentativa frustrada de um plágio sem graça ou uma simples e inocente cagada da minha parte, quero que saibam que é exatamente sobre isso que quero - e vou - discorrer agora.

três, quatro, cinco anos atrás. não sei se o mundo costumava ser diferente ou se todos os problemas que nos cercam hoje existiam mas ninguém dava bola para eles. não foi simplesmente os problemas que se tornaram diferentes, que mudaram ou que se agravaram, mas nós mesmos mudamos. eu sei que mudar é uma necessidade, mas até onde isso é positivo? até onde é necessário mesmo? sinto profunda inveja de gerações anteriores a minha, mesmo tendo ou não passado por um cenário histórico-cultural conturbado, queria ter vivido outras épocas, e sinto isso não por desprezo à minha geração, não é por desprezo à atualidade, mas sim por questioná-la demais.

estamos vivendo uma época de extremos. estamos vivendo uma época de coisas intensas demais. coisas que aparecem, não são apenas novidades mais, são febres. o que é febre hoje, amanhã já não é mais, alguém é famoso hoje, amanhã já não é mais. eu vejo tantas pessoas fúteis e chatas fazendo sucesso por coisas fúteis e chatas, mas o pior é que elas tem a repercussão que tem porque tem pessoas fúteis e chatas que estão ali não para viver e gostar daquilo, mas para gostar para viver, pessoas que idolatram pessoas que não acrescentam nada a história da humanidade, e até pessoas que citam grandes personalidades sem saber metade do que elas fizeram de bom para o planeta.

está tudo errado. e começa das coisas simples como a música e vai num caminho que chega a política. não tenho nada contra cantor e banda x ou y, quando não gosto de certo tipo de música, eu simplesmente não fico ali para escutar, e quando gosto, faço questão de escutar, de ler um pouco sobre a história, mas fanatismo? viver por um ídolo que não está nem aí para você. vejo pessoas assistirem ao big brother que passa na televisão. eu, particularmente, assisto quando já está no final, quando acaba o programa, morreu, já era para mim, mas para o resto do país não, é assunto de horas e horas de conversa e milhares de pessoas que ligam para votar em um participante, ou que votam na própria internet, pessoas que estão sempre por dentro do que acontece lá no reality, votam - e não são obrigadas nem a votar e nem a assistir - e torcem, e quando chega a época de eleições, não querem nem saber que político faz isso ou aquilo de bom, mas sim votam por alguém conhecer, ou por simpatizar. não é a toa que tiveram que criar o ficha limpa, se o povo se importasse de verdade com isso, não era preciso que nenhuma ficha limpa existisse, porque ninguém iria esquecer as grandes cagas que pessoas como Collor, ACM e outros fizeram.

aquecimento global. muitas pessoas acham mesmo que isso é jogada de mídia para sei lá o quê. respeito muito a opinião dos outros, mas, na minha humilde opinião, o que isso tem a vê? caralho, você não percebe que o quente está muito mais quente, que o frio está muito mais frio, que o vento está cada vez mais forte, o mar sempre mais agitado e chuvas cada vez ou mais escassas ou mais castigantes. isso tudo não é ficção, está aí para quem quiser ver. casas na praia do saco aqui em sergipe, foram tomadas pelo mar, que por sua vez avança cada vez mais a cada dia. o que está acontecendo com o mundo? e pior, o que está acontecendo com todos? e nem vou falar de religião que seria outro assunto e não quero me estender - mais ainda. só não entendo o porquê de tanta descrença, se você não quer acreditar em Deus ou em qualquer uma que seja a entidade superior, problema seu, mas o que vem acontecendo não é a não-manifestação de religião e sim a manifestação contrária a ela.

claro que falo de uma forma geral e que eu não sou perfeito, e nem quero, muito menos tento ser. mas as coisas estão mesmo de cabeça para baixo. existe sim muita gente que ainda se importa com coisas que tem real importância, existem ainda pessoas que dão valor a coisas que tem real valor. ainda bem.

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